sábado, 20 de agosto de 2011

Quero, amo e espero.



E tudo o que sinto já não cabe mais dentro de mim. Transborda, se entorta e deslumbra. A saudade aperta sem me deixar respirar. Dopa, sufoca e machuca. Eu tento com todas as forças sorrir. Reluto, levanto e retruco. E quando estou só, as lembranças vêm mais fortes. Invadem, entristecem e somem. E você como sempre longe, longe de mim. Tão longe, tão eu, tão meu. E eu aqui, sem conseguir mais dormir.  Sem ninguém, só minha, sou sua. E de uma vez por todas, o nós se acabou. Só meu, sem nós, só eu. Respiro fundo, agora mais do que nunca sozinha. Respiro, grito, insisto. Eu preciso de você, assim como o meu coração precisa amar. Necessito, preciso, exijo.  Perco-me na última esperança de um dia te encontrar. Me perco, me solto, me entrego. Deixo os movimentos me levarem para me lembrar de que ainda há mundo. Lembro-me, olho-me e desespero-me. Tento inutilmente correr, sem saber para onde. Corro, fujo e me escondo. Tentando dormir viajo para perto de você. Te vejo, sorrio, desejo. Espero que o tempo de um jeito de nos unir novamente. Espero, peço, te quero. Durmo, mesmo sem você aqui. Fria, dispersa, sozinha. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Nostalgia...

Escutei o som das bolhas de água que começavam a estourar. Tirei a água do fogão. Sentei na janela observando aquela paisagem do inverno.  O vento frio vinha me causando um arrepio na espinha. Eu puxei minha blusa contra mim. Eu estava novamente sozinha ali, naquela casa. O medo da solidão me assombrou como de costume. Olhava minhas fotos penduradas na parede, meu sorriso era o que mais me chamava à atenção nelas. Um passado, tão próximo e tão distante.  Um momento nostálgico tomou conta de mim. Talvez aquilo não me fizesse bem, ou talvez fosse à única coisa que me fizesse feliz, mesmo que isso me fizesse sentir saudade depois.  Saudade, sentimento que machuca, mas que talvez prove que o passado valeu muito à pena. Será mesmo? Sim. Essa afirmação não me restava duvida. Meus melhores momentos estavam na memória. Mesmo os do presente. Porque o presente é o agora, e o agora já passou. Voltei meu olhar para fora da janela. Apesar de ter meus olhos fixados em uma árvore do jardim, aquilo não me chamava atenção. Minha atenção estava completa em minha mente. Eram assim todos os dias. Pensar, lembrar, relembrar, criar diálogos. Fazia isso diariamente, mesmo sabendo que jamais teria coragem de colocar meus planos em prática, de voltar no tempo para as lembranças e que esses diálogos jamais aconteceriam.  Voltei para preparar meu chá. Assim começaria mais uma tarde solitária em um dia de inverno...